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PT tenta antecipar escolha para vaga no TCU e evitar impacto das eleições de 2026

O PT articula nos bastidores da Câmara dos Deputados para que a escolha do próximo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) ocorra ainda em 2025, antes do início do calendário eleitoral de 2026. A sigla teme que o ambiente político do próximo ano, quando grande parte dos parlamentares disputará reeleição, dificulte o cumprimento do acordo firmado para apoiar um nome petista ao tribunal.

Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados
Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados


Em 2024, o então presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e o atual, Hugo Motta (Republicanos-PB), acertaram que ajudariam o PT a eleger um representante para o tribunal em troca do apoio para a candidatura do atual chefe da Casa. O alagoano confirmou o acerto em entrevista à Folha.

Outros partidos grandes, como União Brasil e PSD, no entanto, não participaram desse acordo e afirmam que terão candidaturas próprias. Pelo menos cinco deputados já se movimentam nos bastidores.

A vaga será aberta em fevereiro de 2026 com a aposentadoria do ministro Aroldo Cedraz, e há divergências sobre o momento da escolha do sucessor. O PT defende realizar a votação antes, enquanto outros candidatos rebatem que isso só é possível quando o TCU notificar a Câmara da vacância.

Petistas e líderes do centrão dizem que, por ora, o acerto está mantido. Parlamentares ouvidos pela reportagem, no entanto, afirmam que a grande insatisfação dos deputados com o PT e com o Palácio do Planalto pode prejudicar ou até mesmo inviabilizar o acordo. Por isso, há um pedido de petistas para que o assunto seja tratado ainda neste ano. O recesso parlamentar começa em 23 de dezembro.

Motta rompeu com o líder do PT, Lindbergh Farias (RJ). Aliados próximos do presidente da Câmara falam em um clima muito ruim com o Executivo. Eles acusam o governo do não cumprimento de acordos, sobretudo no pagamento de emendas, e falam que houve atuação do Palácio do Planalto para desgastar a imagem da Casa junto à opinião pública.

Hoje, o candidato do PT é o deputado Odair Cunha (MG), que foi líder do partido no ano passado e um dos articuladores do apoio da sigla à candidatura de Motta. Odair é próximo de lideranças do centrão, como o próprio Motta e o líder do PP, Doutor Luizinho (RJ). É considerado de perfil moderado, aberto ao diálogo e com trânsito entre os diferentes partidos, o que diminuiria as resistências da oposição.

Segundo um deputado que acompanha as conversas, um grupo de petistas e integrantes do centrão se reúne periodicamente para tratar de temas políticos, entre eles a indicação ao TCU. De acordo com ele, os parlamentares monitoram e contabilizam os votos que Odair tem na Casa.

Há hoje, disse esse mesmo parlamentar, apoio suficiente para eleger o petista, com cerca de 270 votos. Ele ressalta, porém, que é preciso acompanhar o tema de perto. Para ser aprovado, o nome indicado precisa ter a maioria dos votos (257) em turno único e votação secreta. O escolhido precisa também do aval do Senado.

Um líder do centrão diz que, por ele, o acordo está mantido. Afirma, no entanto, que há o risco de Odair virar "um novo Jorge Messias", em referência às dificuldades que o chefe da AGU (Advocacia-Geral da União) enfrenta no Senado para ter seu nome aprovado a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).

Ele comenta que, assim como Messias corre risco de ser rejeitado por um fator político, o mesmo poderá ocorrer com Odair se não houver um distensionamento da relação da Casa com o Planalto.

Outro cardeal do centrão diz que não vê clima favorável para aprovar um nome do PT. Ele afirma que Motta tem afirmado que quer cumprir o acordo, mas enxerga dificuldades em convencer os parlamentares.

Aliados de Odair dizem que ele tem apostado no discurso de que a vaga ao TCU é um tema da Câmara e não uma disputa entre governo e oposição.

Além disso, eles lembram que o deputado tem procurado se afastar de polêmicas entre o governo e o Congresso e feito gestos à cúpula da Câmara. Odair, por exemplo, foi um dos 12 deputados do PT que votaram a favor da PEC da Blindagem, o que causou desgaste na opinião pública e para o próprio governo.

Eles também afirmam acreditar que o acerto será mantido, já que diz respeito à eleição de Motta para a Câmara e não às circunstâncias políticas atuais. A vaga é vitalícia, com aposentadoria compulsória aos 75 anos, salário de R$ 41,8 mil mensais e poder para decidir sobre contratos e licitações do governo.

O acordo foi fechado com os partidos que apoiaram Motta desde o primeiro momento na disputa: PP, Republicanos, MDB, PL, Podemos, PSDB-Cidadania, PDT e PSB, entre outros.

No PSD e União Brasil, que mantiveram candidaturas à sucessão de Lira e não participaram do acerto, os que se movimentam pela vaga são Elmar Nascimento (União Brasil-BA), Danilo Forte (União Brasil-CE) e Hugo Leal (PSD-RJ).

Danilo Forte diz que a conta de que Odair possuiria 270 votos é "faraônica" e que o debate não começou de verdade. "Ninguém vê a perspectiva de votar no candidato do governo. O PT sempre foi contra o calendário de pagamento das emendas [parlamentares] e contra a autonomia do Parlamento."

Deputados da oposição dizem que o grupo também poderá lançar um candidato. Nos bastidores, é citado o nome de Hélio Lopes (PL-RJ), aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Aliados de Odair também defendem atuar no convencimento do ministro Augusto Nardes, do TCU, para que ele antecipe sua aposentadoria, prevista para 2027. Isso porque, com duas vagas abertas, seria mais fácil emplacar o nome do PT em uma delas. A outra poderia ficar para o centrão.


O entendimento foi construído em 2024 entre Arthur Lira (PP-AL), então presidente da Câmara, e o atual chefe da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Na ocasião, ficou acertado que o PT apoiaria a eleição de Motta e, em troca, receberia respaldo para emplacar um representante no TCU. Lira já confirmou publicamente o compromisso.

Entretanto, legendas como União Brasil e PSD não participaram da negociação e já preparam candidaturas próprias. Pelo menos cinco deputados articulam sua entrada na disputa.

A vaga será aberta com a aposentadoria do ministro Aroldo Cedraz, prevista para fevereiro de 2026. Enquanto o PT defende que a votação aconteça antes disso, aliados de outros postulantes afirmam que o processo só poderia ser iniciado após comunicação oficial do TCU sobre a vacância.

Apesar de lideranças petistas e do centrão afirmarem que o pacto está de pé, parlamentares relatam crescente insatisfação com o governo Lula e alertam para o risco de quebra do acordo. A preocupação levou o PT a pressionar pela votação ainda este ano, antes do recesso parlamentar, marcado para 23 de dezembro.

A relação entre Motta e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), também se desgastou. Aliados do presidente da Casa reclamam que o governo não tem cumprido compromissos, especialmente na liberação de emendas, além de atuar para desgastar a imagem do Legislativo.

O nome apoiado pelo PT é o do deputado Odair Cunha (MG), ex-líder da bancada e aliado de líderes do centrão, como o próprio Motta e o deputado Doutor Luizinho (PP-RJ). Considerado moderado, Odair circula bem entre diferentes partidos, o que poderia reduzir resistências.

Segundo interlocutores que acompanham as negociações, Odair teria hoje cerca de 270 votos, número suficiente para ser eleito — são necessários 257 votos em turno único e votação secreta. A indicação também precisa passar pelo Senado.

Mesmo assim, lideranças do centrão alertam que o petista pode enfrentar dificuldades semelhantes às do advogado-geral da União, Jorge Messias, cuja indicação ao STF encontra resistência no Senado. O clima político ruim entre o Congresso e o Planalto é apontado como fator determinante.

Nos partidos que não aderiram ao acordo — caso de União Brasil e PSD —, já se movimentam nomes como Elmar Nascimento (União-BA), Danilo Forte (União-CE) e Hugo Leal (PSD-RJ). Danilo Forte classificou como "exagerada" a estimativa de apoio a Odair e afirmou que “o debate ainda nem começou”.

Na oposição, é cogitada a entrada do deputado Hélio Lopes (PL-RJ), aliado de Jair Bolsonaro, como candidato do bloco.

Aliados de Odair avaliam ainda a possibilidade de convencer o ministro Augusto Nardes, do TCU, a antecipar sua aposentadoria, prevista para 2027. A abertura de duas vagas facilitaria um arranjo político que garantisse espaço ao PT e ao centrão.

A cadeira no TCU é vitalícia, com aposentadoria compulsória aos 75 anos, salário de R$ 41,8 mil e forte influência sobre contratos e licitações do governo — um posto estratégico que intensifica ainda mais a disputa nos bastidores.O PT articula nos bastidores da Câmara dos Deputados para que a escolha do próximo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) ocorra ainda em 2025, antes do início do calendário eleitoral de 2026. A sigla teme que o ambiente político do próximo ano, quando grande parte dos parlamentares disputará reeleição, dificulte o cumprimento do acordo firmado para apoiar um nome petista ao tribunal.

O entendimento foi construído em 2024 entre Arthur Lira (PP-AL), então presidente da Câmara, e o atual chefe da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Na ocasião, ficou acertado que o PT apoiaria a eleição de Motta e, em troca, receberia respaldo para emplacar um representante no TCU. Lira já confirmou publicamente o compromisso.

Entretanto, legendas como União Brasil e PSD não participaram da negociação e já preparam candidaturas próprias. Pelo menos cinco deputados articulam sua entrada na disputa.

A vaga será aberta com a aposentadoria do ministro Aroldo Cedraz, prevista para fevereiro de 2026. Enquanto o PT defende que a votação aconteça antes disso, aliados de outros postulantes afirmam que o processo só poderia ser iniciado após comunicação oficial do TCU sobre a vacância.

Apesar de lideranças petistas e do centrão afirmarem que o pacto está de pé, parlamentares relatam crescente insatisfação com o governo Lula e alertam para o risco de quebra do acordo. A preocupação levou o PT a pressionar pela votação ainda este ano, antes do recesso parlamentar, marcado para 23 de dezembro.

A relação entre Motta e o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), também se desgastou. Aliados do presidente da Casa reclamam que o governo não tem cumprido compromissos, especialmente na liberação de emendas, além de atuar para desgastar a imagem do Legislativo.

O nome apoiado pelo PT é o do deputado Odair Cunha (MG), ex-líder da bancada e aliado de líderes do centrão, como o próprio Motta e o deputado Doutor Luizinho (PP-RJ). Considerado moderado, Odair circula bem entre diferentes partidos, o que poderia reduzir resistências.

Segundo interlocutores que acompanham as negociações, Odair teria hoje cerca de 270 votos, número suficiente para ser eleito — são necessários 257 votos em turno único e votação secreta. A indicação também precisa passar pelo Senado.

Mesmo assim, lideranças do centrão alertam que o petista pode enfrentar dificuldades semelhantes às do advogado-geral da União, Jorge Messias, cuja indicação ao STF encontra resistência no Senado. O clima político ruim entre o Congresso e o Planalto é apontado como fator determinante.

Nos partidos que não aderiram ao acordo — caso de União Brasil e PSD —, já se movimentam nomes como Elmar Nascimento (União-BA), Danilo Forte (União-CE) e Hugo Leal (PSD-RJ). Danilo Forte classificou como "exagerada" a estimativa de apoio a Odair e afirmou que “o debate ainda nem começou”.

Na oposição, é cogitada a entrada do deputado Hélio Lopes (PL-RJ), aliado de Jair Bolsonaro, como candidato do bloco.

Aliados de Odair avaliam ainda a possibilidade de convencer o ministro Augusto Nardes, do TCU, a antecipar sua aposentadoria, prevista para 2027. A abertura de duas vagas facilitaria um arranjo político que garantisse espaço ao PT e ao centrão.

A cadeira no TCU é vitalícia, com aposentadoria compulsória aos 75 anos, salário de R$ 41,8 mil e forte influência sobre contratos e licitações do governo — um posto estratégico que intensifica ainda mais a disputa nos bastidores.

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