Jerônimo volta a provocar ACM Neto e critica silêncio sobre investigações que envolvem União Brasil
- Adilson Silva
- há 5 dias
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Governador baiano volta a associar oposição a escândalos revelados pela Polícia Federal
Durante cerimônia oficial realizada nesta sexta-feira (17), o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), voltou a direcionar críticas ao ex-prefeito de Salvador e vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto. O petista ironizou o silêncio do líder oposicionista diante das recentes operações da Polícia Federal, que atingiram figuras de destaque do partido em nível nacional.

Operação Carbono Oculto e as acusações contra o presidente do União Brasil
As declarações de Jerônimo ocorrem em meio às repercussões da Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Polícia Federal. A investigação aponta o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, como possível proprietário oculto de pelo menos cinco aeronaves avaliadas em cerca de R$ 60 milhões. Segundo os investigadores, os jatos teriam sido utilizados para o transporte de integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC).Um dos pilotos ouvidos no caso teria confirmado que Rueda era o verdadeiro dono das aeronaves, reforçando o vínculo entre o dirigente partidário e a organização criminosa.
Jerônimo ironiza silêncio de ACM Neto
Ao discursar durante a assinatura do contrato para implantação do sistema de VLT de Salvador e Região Metropolitana, Jerônimo não poupou provocações.“O ex-prefeito de Salvador parece estar em jejum das palavras. Fala tanto de ética e de segurança pública, mas evita comentar quando o problema está dentro do próprio partido”, afirmou o governador.
Ele ainda acrescentou que é “contraditório” ver a oposição cobrando rigor do governo enquanto membros do União Brasil aparecem em investigações sobre crime organizado.
“Os deputados e líderes do partido dele influenciam diretamente decisões que têm impacto na criminalidade aqui na Bahia”, declarou Jerônimo.
Críticas também à destinação de emendas parlamentares
Sem mencionar diretamente a Operação Overclean, também em curso pela PF e que envolve políticos do União Brasil, Jerônimo aproveitou para criticar a forma como o grupo oposicionista tem direcionado emendas parlamentares.A Overclean investiga uma suposta rede criminosa acusada de fraudes em licitações, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro, tendo a Bahia como um dos principais focos da apuração.
“Espero que a Justiça consiga responsabilizar quem desviou recursos e devolver o que é do povo. É inadmissível ver emendas sendo usadas de forma irresponsável, enquanto o PAC busca estruturar o Estado com seriedade”, pontuou o governador.
Clima político segue acirrado
As falas de Jerônimo intensificam o embate político com ACM Neto, que desde o início de 2024 tem se posicionado como principal nome da oposição ao governo petista na Bahia. O silêncio do ex-prefeito sobre as investigações envolvendo o União Brasil tem sido explorado pelos aliados do governador como um sinal de constrangimento dentro do grupo opositor.
Com as eleições de 2026 se aproximando, o tom das declarações de ambos os lados deve continuar subindo, principalmente diante do desgaste causado pelas operações policiais que atingem figuras ligadas à cúpula nacional do União Brasil.
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