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Cláudio Castro evita encontro com Moraes no Palácio Guanabara e define reunião em centro de operações

Governador do Rio decide receber ministro do STF em ambiente técnico, durante visita sobre letalidade policial


O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), comunicou a deputados federais que não pretende receber o ministro Alexandre de Moraes no Palácio Guanabara, sede oficial do governo fluminense. Em vez disso, o encontro ocorrerá no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) — estrutura que coordena as ações conjuntas das forças de segurança do Estado.


O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ)
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ)

A decisão de Castro, segundo relatos de parlamentares presentes à reunião realizada na quinta-feira (30), busca dar um caráter técnico ao encontro com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável por relatar a ADPF das Favelas, ação que propõe reduzir a letalidade das operações policiais em comunidades cariocas.


Visita ocorre após operação que deixou 121 mortos no Rio

A agenda de Moraes foi motivada pela megaoperação policial realizada nos complexos da Penha e do Alemão, que terminou com 121 mortos — o maior número de óbitos registrados em uma ação de segurança no Rio. O ministro decidiu visitar o Estado para acompanhar de perto os desdobramentos e verificar o cumprimento das determinações do STF em relação às ações policiais nas favelas.

Durante o encontro com parlamentares, Castro afirmou que a visita de Moraes “não é política, é técnica”. A declaração foi relatada pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, que participou da reunião.


Governador pretende exibir imagens da operação

Segundo Bilynskyj, o governador planeja mostrar a Moraes vídeos e imagens de drones gravadas durante a Operação Contenção, realizada no Complexo da Penha. As filmagens, segundo o parlamentar, mostram trocas de tiros intensas entre policiais e criminosos, incluindo cenas em que dois agentes são baleados durante confrontos na mata.

“As imagens revelam claramente criminosos atirando contra os policiais. É uma filmagem muito forte — cinco ou seis policiais entram em fila e dois deles acabam sendo atingidos de cima para baixo”, descreveu o deputado.

O governo fluminense não exibiu, entretanto, vídeos que mostrem civis ou suspeitos sendo atingidos pelos disparos policiais.


Clima de tranquilidade e confiança no governo do Rio

De acordo com Bilynskyj, não há preocupação entre as autoridades estaduais quanto à visita de Moraes. “O governador e a equipe de segurança estão tranquilos. Eles acreditam que todas as regras da ADPF foram cumpridas”, afirmou.

O deputado acrescentou que a operação foi fruto de uma investigação de um ano, com 180 mandados de busca e apreensão e 70 mandados de prisão preventiva emitidos pela Justiça.

“Os que morreram não se entregaram. Houve confronto direto com a polícia”, declarou Bilynskyj.

Números da operação impressionam

Durante a reunião com parlamentares, o governo estadual apresentou estimativas de presença de armamento pesado nas comunidades: cerca de 500 criminosos fortemente armados no Complexo do Alemão e outros 900 no Complexo da Penha.

O balanço oficial divulgado pelas forças de segurança indica a apreensão de 91 fuzis, 26 pistolas e 14 artefatos explosivos, além de grande quantidade de munições e equipamentos de guerra.


Moraes deve avaliar cumprimento de decisões do STF

A visita de Alexandre de Moraes ao Rio deve ocorrer ainda nesta semana, e terá como objetivo acompanhar o cumprimento das diretrizes da ADPF das Favelas, que impõe critérios mais rígidos para operações policiais em áreas densamente povoadas.

O ministro quer avaliar se o Estado está adotando as medidas de redução de letalidade, uso proporcional da força e preservação de provas durante os confrontos — pontos frequentemente questionados por entidades de direitos humanos.

Enquanto o STF mantém atenção sobre a escalada da violência nas comunidades, o governo fluminense tenta demonstrar transparência e legitimidade em suas ações, destacando que as operações são planejadas com base em investigações de longo prazo e autorização judicial.


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