PF Aponta Crimes de Importunação Sexual e Indicia Ex-Ministro Silvio Almeida
- Adilson Silva

- há 3 dias
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A Polícia Federal concluiu o inquérito que investigava denúncias de assédio envolvendo o ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e enviou o relatório ao Supremo Tribunal Federal no início desta semana. Segundo pessoas com acesso ao documento, a investigação indicou que Almeida é suspeito de importunação sexual contra a ministra Anielle Franco, atual titular da pasta da Igualdade Racial, e contra a professora Isabel Rodrigues.

Além dessas duas acusações, outras denúncias foram avaliadas pela PF, mas teriam sido descartadas por prescrição. No total, caso seja condenado por todos os crimes apontados, Almeida pode enfrentar até dez anos de prisão.
O caso está sob sigilo no STF e foi encaminhado ao gabinete do ministro André Mendonça, responsável por supervisionar a investigação. Almeida chegou a prestar depoimento à polícia por mais de duas horas durante o andamento do inquérito.
Origem das Acusações
As denúncias contra o ex-ministro se tornaram públicas em setembro do ano passado, após relatos chegarem à organização Me Too Brasil, que encaminhou o caso às autoridades. A primeira notícia sobre o indiciamento foi divulgada pela TV Globo e confirmada posteriormente por outros veículos.
Desde que as acusações vieram à tona, Almeida afirma ser vítima de uma injustiça. Na ocasião, ele divulgou uma nota pública negando as denúncias.
“Rejeito com firmeza qualquer tentativa de me associar a essas acusações. Tenho respeito absoluto por minha família, minha esposa e minha filha. Minha trajetória sempre foi guiada pela defesa dos direitos humanos”, afirmou na época.
A defesa do ex-ministro afirma que ainda não teve acesso ao conteúdo final da investigação e reforça que o processo está coberto por sigilo judicial.
O que acontece a partir de agora
Com a conclusão da investigação policial, o relatório seguirá para análise do Ministério Público Federal. A Procuradoria-Geral da República poderá adotar três caminhos:
Oferecer denúncia ao STF, transformando Almeida em réu;
Solicitar novas diligências antes de decidir sobre o caso;
Pedir o arquivamento da investigação.
Relatos das Vítimas
Em depoimento prestado à PF, a ministra Anielle Franco afirmou que o comportamento de Almeida teria evoluído de gestos inconvenientes e comentários impróprios para toques sem consentimento.
A professora Isabel Rodrigues também tornou sua denúncia pública. Em vídeo divulgado em 2024, ela relatou ter sido tocada sem permissão durante um almoço em 2019, quando Almeida ainda não ocupava cargo ministerial.
Impacto Político
A repercussão do caso foi imediata no governo federal. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou Silvio Almeida um dia após a divulgação das denúncias, alegando a impossibilidade de mantê-lo no cargo diante da gravidade das acusações. Após sua saída, o Ministério dos Direitos Humanos passou a ser comandado por Macaé Evaristo.
Em manifestações recentes nas redes sociais, Almeida afirmou que continuará defendendo sua versão:
“Não peço piedade nem recomposição de imagem. Peço justiça”, declarou.







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