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Indicação de Otto Filho ao TCE acirra tensões e enfraquece PSD na disputa por espaço na chapa de Jerônimo

A confirmação do nome do deputado federal Otto Alencar Filho (PSD) para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), anunciada sem resistência pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT), repercutiu negativamente entre aliados e ampliou o desgaste interno no bloco governista.

Foto: Bruno Spada/Arquivo/Câmara
Foto: Bruno Spada/Arquivo/Câmara

Embora a família Alencar trate a nomeação como um movimento natural dentro do jogo político baiano, a percepção dentro da base é bem diferente.

Nos bastidores, dirigentes de diversos partidos admitem que o PSD, comandado pelo senador Otto Alencar, desperdiçou um trunfo estratégico ao costurar a indicação do herdeiro político para a corte. A legenda vinha articulando a permanência do senador Angelo Coronel na chapa majoritária de 2026, mas aliados avaliam que, com a ida de Otto Filho ao TCE, o partido perde força para reivindicar um espaço tão valorizado.

Cargo vitalício e de grande influência

O posto para o qual Otto Filho deve ser conduzido é visto como um dos mais cobiçados do Estado. Apesar da crítica recorrente de que os tribunais de contas funcionam como “depósitos” de indicações políticas, o cargo oferece remuneração equivalente à de um senador, poder expressivo, mandato vitalício e uma rotina considerada mais confortável do que a vida parlamentar em Brasília.

Por isso, mesmo que poucos partidos se manifestem abertamente — para não tensionar a relação com Otto Alencar — há forte irritação contida nos bastidores. Lideranças avaliam que, ao garantir a vaga para o filho, o PSD perde legitimidade para continuar exigindo presença na chapa que disputará a reeleição de Jerônimo Rodrigues.

PT observa movimento com interesse

A movimentação favorece diretamente figuras de peso do PT, como o senador Jaques Wagner e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ambos interessados em disputar as duas vagas ao Senado que estarão em jogo em 2026. O avanço do PSD sobre o TCE é visto como um gesto que, involuntariamente, facilita o caminho dos petistas.

Paralelamente, cresce entre os aliados a percepção de que o PSD já ocupa espaços suficientes dentro da estrutura estadual — incluindo secretarias estratégicas e a presidência da Assembleia Legislativa. Nesse contexto, a vaga de vice-governador, cogitada como destino natural da sigla em uma recomposição mais ampla, já não é tratada como garantia.

A comparação com o episódio em que o PT apoiou a indicação de Aline Peixoto, esposa de Rui Costa, para o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) também não ameniza o clima. Para os críticos internos, a nova indicação reacende discussões sobre “filhotismo” e reforça questionamentos quanto à influência desmedida de líderes sobre cargos de controle.

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