Flávio Dino adota tom conciliador em voto e tenta aliviar militares

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, adotou um tom considerado “político” em seu voto no julgamento sobre a participação de militares e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em atos golpistas.

Foto: Felipe Sampaio/Arquivo/STF

Segundo avaliação de bolsonaristas, Dino buscou sinalizar uma espécie de distensão com as Forças Armadas ao sugerir redução de pena para os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira. A leitura é de que o ministro quis enviar um recado de conciliação, ao reconhecer suposta participação secundária dos oficiais.

Ao mesmo tempo, Dino foi duro em relação a temas como a possibilidade de anistia, deixando claro que não enxerga espaço para esse tipo de solução. No caso do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Abin, o ministro ressaltou que sua saída do governo em março de 2022 teria diminuído sua influência nos fatos investigados.

Sobre Heleno, Dino alegou que não há comprovação de ações diretas do então ministro do GSI na articulação golpista do segundo semestre de 2022. Já em relação a Paulo Sérgio, destacou que o general teria mudado de posição ao longo do tempo, chegando até a tentar demover Bolsonaro de seguir em frente com iniciativas antidemocráticas.

No entendimento de Dino, seria “justo” reconhecer a possibilidade de penas reduzidas abaixo do mínimo legal para casos em que a participação tenha sido considerada de “menor importância”.

Dizeeeeem: olha só que curioso… quando é pra aliviar a barra de general, o PT bate palminha pro Dino. Mas se fosse alguém ligado à direita, já estaria gritando “golpista, cadeia nele!”. Ironia pouca é bobagem…