Apoiado pelo Brasil, chanceler de Suriname é eleito chefe da OEA
- Notícias Adilson Silva
- 12 de mar.
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O chanceler de Suriname, Albert Randim, foi eleito secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) nesta segunda-feira (10). O candidato teve apoio de países como Brasil, Uruguai e Chile e vai comandar a organização até 2030. Criada em 1948 e com sede em Washington (EUA), a entidade deve buscar o aumento da integração entre os países do continente, além de evitar conflitos.
Após o resultado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil cobrou uma atuação independente e conciliadora do novo chefe da entidade. "O Brasil parabeniza Albert Ramdin pela eleição ao cargo de secretário-geral da OEA e deseja-lhe sucesso. O Brasil acompanhou com atenção o processo sucessório para a Secretaria-Geral da OEA. O país considera fundamental que o novo secretário-geral mantenha perfil independente, conciliador e inclusivo, de modo a refletir o interesse de todos os países membros da OEA", publicou o Itamaraty.
A escolha do candidato vem após uma manobra diplomática, no qual o governo brasileiro costurou uma aliança com Chile, Colômbia, Uruguai e Bolívia, para evitar que o chanceler paraguaio, Rubén Ramírez, cortejado por Trump desde o ano passado, com o apoio da Argentina e de El Salvador, fosse eleito. Os cinco países propuseram o representante do Suriname e, em pouco mais de 24 horas, Costa Rica, Equador e República Dominicana aderiram à candidatura de Ramdin.
Diplomata de carreira, Ramdin, de 67 anos, conhece bem os meandros da OEA, tendo atuado como secretário-adjunto de 2005 a 2015, uma experiência que o ajudou a ganhar apoio. O surinamês tornou-se o único candidato desde a desistência no dia 6 de março do paraguaio Rubén Ramírez Lezcano, devido, segundo o presidente Santiago Peña, à mudança “abrupta e inexplicável” de posição de “países amigos”.
Ramdin faz um grande retorno com ideias reformistas para enfrentar tempos “sombrios” para uma organização que foi acusada algumas vezes de inércia e que está com problemas financeiros. Ele liderará a OEA em meio ao turbilhão reformista nos Estados Unidos, alimentado desde que o republicano retornou à Casa Branca, em 20 de janeiro. A ameaça dos Estados Unidos de impor tarifas sobre seus parceiros testará suas habilidades de negociação.
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